segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sinceridades Falsificadas

Por mais que a sinceridade possa ser transparente como água
Somos nós que nos enganamos com sinceridades falsificadas
E passamos a nos auto piratear
Dando ouvidos somente ao que nos convém 
A ponto de ficarmos surdos pelo simples e complexo ato de não ouvir
Vertentes do fato de não ouvir podem se agregar com o fato de simplesmente se cansar
Mesmo quando a noite é escura, cansada de sempre se repetir, a luz se ilumina
Escuras sinceridades falsificadas pelo ato de não ouvir
Maneira essa que se repete, assim como o cair das gotas de chuva
Chuva áspera e seca de desgosto
Gostoso gosto do desgosto é o mesmo que dormir sem querer acordar
Gotas dessa chuva que falam mais alto que mil pássaros 
Subliminarmente, digo, as gotas falsas de chuva seca ardem e criam feridas
Tão profundas que, o tempo com seus dias preguiçosos não curam
Os tecidos da cura talvez sejam os mesmos da lua
Interessantes fatos escritos com tinta invisível em noites de inverno
A falsidade em sua complexidade gerada entre a sinceridade
Não nos deixou surdos por não ouvir, mas também nos deixou cegos por não compreendermos
O porque do gosto do desgosto, das chuvas ásperas e das feridas eternas
ID
7.32pm
5/1/11

domingo, 16 de janeiro de 2011

Dúvidas

E o que fazer quando o certo ficou duvidoso?
Todas as certezas e os passos dados subitamente são engolidos por dúvidas
E então regressamos ao marco zero
Nada mais do que acertar tiros no escuro, é jogo de campo minado 
Com os olhos vendados sob o efeito anestésico do preto
O que era como dito, velozmente se submete aos não ditos
Os fatos simplesmente não existem mais
Ações esvaindo-se ao decorrer do tempo
E tudo vira um contentamento descontente
O chão outrora firme, frágil fica como nuvem
Sotaques e palavras trocadas permanecem perdidas no tempo
Trocar o certo pelo incerto ou apenas substituir o incerto pelo que se tornou em questionável?
Dias normais escondem emboscadas do destino
Mesmo duvidando, ainda creio que ele sabe o que faz. 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Velopáguazes

Copos cheios de água, transbordam
Por muitas vezes transbordei ao percorrer minhas memórias
Memórias as quais, jurei que perdurariam meses ou anos
Memórias as quais, perduraram dias ou horas
Momentos intensos vividos mixados com pensamentos mal pensados
Estranho pensar que o fim e o começo foram os mesmos
Por muitas vezes, confesso que seria intrínseco
Assim como a linha do horizonte se perde com a visão
E como o as águas dos mares não podem ser divididas em sete
Transbordam-se entre si
Como tudo é relativo
Intensidades, cidades, velocidades
Tão escuro quanto a claridade pode ser
Assim foi se mostrando
Em passos que mais regressavam que progrediam
Palavras que demonstraram um interesse desinteressado
Conversas curtas mas que ficavam no pensamento por horas
Mais exposto ficava depois das tentativas de esconder
Experimentar pode ter consequências 
Marcas ou cicatrizes
O que importa mesmo é que mesmo aonde nada disso ficou
Aí sim existem cicatrizes das mais profundas.
ID 2.50am
3/1/11

domingo, 9 de janeiro de 2011

Fragilidade

Frágeis verdades escritas ao vento
Verdades ao vento escrita são frágeis
Fragilidade tal qual  a própria fragilidade da palavra não se comporta mais
Quisera eu mesmo ter o poder de acreditar 
E até que acredito
Mas desacredito acreditando
E, com um certo sentimentalismo, palavras ditas 
Frases construídas de forma simples, mas com uma propriedade pacificadora
Porém ao mesmo tempo, não tão apaziguante assim
E os fatos não contados vão se tornando em  mentiras sólidas, que vão se concretizando em verdades embaixo da terra
Convites feitos em envelopes de seda
As vezes o pequeno se reduziu ao amplo
O difícil em fácil
E o pragmático em sistemático
A surpresa em medo
A ação de se arriscar se debatendo com a ação de ignorar
Debate esse que, morre na areia
Depende do ponto de vista
Visão que hoje se turvou
E ficou e está controversa, inversa
Mas que não perde a esperança de um amanhecer melhor 
ID 3.47am
2/1/11